O padre Luke Adeleke, de 38 anos, foi assassinado logo após celebrar a Missa do Galo numa paróquia da periferia de Ogunmakin Obafemi Owode, na diocese de Abeokuta, Nigéria. Ele voltava para casa quando foi atingido durante um tiroteio entre bandidos armados e policiais, de acordo com informações da agência Fides.
Mais um padre é assassinado
O assassinato do sacerdote parece não ter sido intencional neste caso, mas representa o mais recente episódio de uma longa série de ataques contra padres, religiosos e leigos cristãos no país mais populoso do continente africano. A Nigéria sofre uma onda de violência anticristã desde pelo menos o ano de 2009, quando se intensificaram as ações terroristas do sanguinário bando de fanáticos islâmicos Boko Haram, que pretende declaradamente transformar o país num califado regido pela sharia.
O país enfrenta uma verdadeira epidemia de sequestros de religiosos católicos, em parte motivados por perseguição anticristã, mas em parte por mera expectativa de lucro fácil com o pagamento de resgates. Na tentativa de frear o trágico fenômeno, o episcopado nigeriano chegou a anunciar publicamente que não mais pagaria resgates por clérigos raptados.
17 cristãos assassinados... por dia
A violência é tamanha que os radicais islâmicos matam em média 17 cristãos por dia na Nigéria. Só durante os primeiros 200 dias de 2021, foram cerca de 3,4 mil cristãos assassinados pelo fanatismo terrorista no país. A fonte destes números estarrecedores é a organização nigeriana Intersociety, ou Sociedade Internacional das Liberdades Cívicas e do Estado de Direito. Trata-se de uma entidade que, desde 2010, pesquisa e documenta os dados da perseguição religiosa e de outras formas de violência perpetradas na Nigéria tanto por órgãos estatais quanto não estatais. Os levantamentos são realizados em contato direto com as vítimas e testemunhas e complementados com a análise de outros relatórios credíveis, nacionais e internacionais.
Antes de 2021, o triste recorde nos números de assassinatos de cristãos na Nigéria em decorrência da perseguição religiosa proposital tinha sido atingido em 2014, com mais de 5 mil casos. Mais de 4 mil deles foram provocados pelo Boko Haram, mas os também islâmicos pastores nômades Fulani mataram deliberadamente ao menos outros 1,2 mil cristãos.
"Como frangos"
A situação é tão pavorosa que o arcebispo de Kaduna, dom Matthew Man-oso Ndagoso, a resumiu numa declaração ao portal católico LifeSiteNews que girou o mundo em abril de 2019 e que, tragicamente, continua atual até hoje:
"Estão matando cristãos como frangos".