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Preocupado com a guerra na Ucrânia, Papa vai pessoalmente à embaixada da Rússia

UKRAINE

Ucranianos no Vaticano

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Ricardo Sanches - I. Media - publicado em 25/02/22
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O gesto não protocolar do Papa Francisco testemunha a determinação do pontífice em restaurar a paz no leste europeu

O Papa Francisco visitou a Embaixada da Rússia junto à Santa Sé na manhã de 25 de fevereiro de 2022, conforme informou a Sala de Imprensa da Santa Sé. O pontífice quis manifestar sua "preocupação com a guerra”.

Pouco mais de 24 horas após o início da ofensiva russa na Ucrânia, o Papa Francisco se deslocou a algumas centenas de metros do Vaticano, na Via Della Conciliazione - a larga avenida que leva à Praça de São Pedro -, para se encontrar com o embaixador russo junto à Santa Sé, Alexander Avdeev.

A reunião com o diplomata e ex-vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, teria durado pouco mais de meia hora. Ainda não se sabe se o Papa Francisco planeja visitar também a Embaixada da Ucrânia junto à Santa Sé.

Na véspera desta inusitada visita, o Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, declarou que “ainda havia tempo para negociar” apesar das “operações militares russas em território ucraniano”.

Diplomacia e quebra de protocolo

O gesto não protocolar do Papa Francisco testemunha a determinação do pontífice argentino em restaurar a paz na Europa Oriental. Normalmente, são os embaixadores credenciados junto à Santa Sé que se dirigem ao Palácio Apostólico no Vaticano.

Esta visita foi ainda mais simbólica porque a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou no mesmo dia que o Papa Francisco não poderia ir a Florença no próximo domingo por causa de sua dor no joelho.

Desde o início do ano, o chefe da Igreja Católica multiplicou os apelos por uma solução pacífica para as tensões nesta região do mundo. “Como é triste que os povos orgulhosos de serem cristãos vejam os outros como inimigos e pensem em ir à guerra”, lamentou durante o Angelus do último domingo.

Por ocasião da última audiência geral, quarta-feira, 23 de fevereiro, véspera da ofensiva russa, o Papa Francisco expressou sua “grande dor” pela “deterioração da situação na Ucrânia”. Ele decretou um Dia de Jejum pela Paz em 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, para responder ao “absurdo diabólico da violência”.

Cuidado com as pessoas

O Vaticano não deu mais detalhes da visita do Papa ao embaixador da Rússia. Mas, segundo a agência italiana ANSA, o Pontífice pediu ao diplomata informações sobre a situação no Donbass e em toda a Ucrânia.

Francisco também teria pedido que os militares tomassem cuidado "com as crianças, com os doentes e com os que sofrem."

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