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Como falar sobre a doutrina católica com os filhos adolescentes

CONVERSATION
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Mário Scandiuzzi - publicado em 02/10/22
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Para falar do amor de Deus, é preciso experimentar esse amor, viver em comunhão

Para falar do amor de Deus, é preciso experimentar esse amor, viver em comunhão

“Se queremos saber mandar, temos primeiro de saber obedecer, procurando impor-nos mais com o amor do que com o temor”. (São João Bosco)
 
Essa frase nos ensina muito sobre o diálogo com os filhos, porque educar é um exercício de praticar o que é certo para dar bons exemplos. E se vamos falar sobre os ensinamentos da Igreja, nossas ações têm que estar em acordo com nossas palavras. Afinal de contas, nossas atitudes não podem ser contrárias ao que pregamos.
 
E esse tem sido o nosso lema quando o assunto é conversar com nossas filhas sobre os ensinamentos de Deus. Nestes tempos em que a informação viaja na velocidade de um clique, é um desafio deixar a tecnologia de lado para colocar em prática o diálogo em família.
 
Minha esposa e eu somos casados há 20 anos. Temos duas filhas: a mais velha de 19 e a mais nova de 16 anos. Desde o nascimento delas, procuramos mostrar-lhes o caminho da Igreja. Tanto minha esposa quanto eu crescemos em lares católicos e desde nossa infância fomos aprendendo esses valores. Por isso sempre estivemos de acordo quanto ao que iríamos transmitir às nossas filhas.
 
Com poucos dias de vida elas já frequentavam as Missas em nossos braços. Cresceram neste ambiente. Participamos de grupos de oração e de serviços na nossa paróquia e, como não temos parentes na mesma cidade, elas sempre nos acompanharam.
 
Elas foram batizadas, fizeram a primeira comunhão e foram crismadas. Mas elas cresceram e passaram a não querer mais participar de todos os nossos compromissos. E na fase escolar, principalmente no início da adolescência, nem mesmo a presença na Santa Missa tem sido tão frequente.
 
E este é um desafio que muitas famílias também têm enfrentado. Mas uma coisa é certa: apesar das dificuldades, não perdemos a esperança.
 
A cada semana, falamos sobre a importância desse encontro com Deus na Eucaristia. Não impomos, mas sempre convidamos nossa filha mais nova a nos acompanhar. A mais velha, que mora em outra cidade, pedimos que ela não deixe de frequentar a igreja.
 
A boca fala daquilo que o coração tá cheio. Essa é uma verdade quando se trata de diálogo entre pais e filhos. Como iremos ensinar aquilo que não sabemos? Para falar do amor de Deus, é preciso experimentar esse amor, viver em comunhão. Procuramos ensinar que é importante rezar a todo momento. Quando acordamos, no caminho da escola, na hora da refeição, antes da prova, na hora de tomar uma decisão importante, na hora de dormir. E nossa oração não deve ser apenas de pedidos, mas também de gratidão por tudo o que temos recebido.
 
Procuramos falar sempre também da confiança no amor de Deus. Ele sempre nos guia e, mesmo quando pensamos estar sozinhos, Sua proteção está ao nosso lado.
 
“Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não percam o ânimo” (Colossenses 3,20-21).
 
Neste versículo São Paulo nos lembra como é tênue a linha entre a firmeza para educar e a rigidez para corrigir. É preciso habilidade e sabedoria e isso se consegue através do amor e do temor a Deus.
 
Diante disso, penso que impor aos filhos adolescentes a presença na Missa pode acabar tendo o resultado contrário. Ao invés de ajudar na catequização, pode afastá-los ainda mais da Igreja. E neste aspecto, o exemplo deve falar mais alto. Nós devemos sempre estar prontos para Deus e, com nossas ações, mostrar-lhes os caminho que acreditamos ser o mais correto.
 

E se o mundo tenta sempre mostrar aos jovens e adolescentes as opções “da moda”, cabe a nós, pais, manter o diálogo sempre aberto, com amor e confiança de parte a parte.

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