O Papa Francisco recebeu em audiência neste último dia 27 os prelados auditores, oficiais, advogados e colaboradores do Tribunal da Rota Romana, a quem recordou com ênfase a "grande necessidade de redescobrir o significado e o valor da união conjugal entre um homem e uma mulher, sobre a qual se funda a família".
Alguns destaques da fala do Papa:
"Toda a Igreja é uma grande família e, de modo muito especial, através da vida dos que constituem uma Igreja doméstica, ela recebe e transmite a luz de Cristo e do seu Evangelho no âmbito familiar".
"O Evangelho da família remete ao desígnio divino da criação do homem (…) Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne".
"Como é possível que se realize uma união tão cativante entre um homem e uma mulher, uma união fiel e para sempre, e da qual nasce uma nova família? Como isso é possível diante das limitações e fragilidades dos seres humanos? Devemos fazer-nos essas perguntas e deixar-nos surpreender pela realidade do matrimônio. Jesus nos dá uma resposta simples e ao mesmo tempo profunda: 'que ninguém separe o que Deus uniu'".
"Os esposos dão vida à sua união, com livre consentimento, mas somente o Espírito Santo tem o poder de fazer de um homem e de uma mulher uma única existência".
"Todo verdadeiro casamento, mesmo o não sacramental, é um dom de Deus aos esposos".
"O matrimônio é sempre um dom! A fidelidade conjugal repousa na fidelidade divina; a fecundidade conjugal se fundamenta na fecundidade divina. O homem e a mulher são chamados a acolher este dom e a corresponder livremente a ele com o dom recíproco de si".
"Tende a prevalecer a mentalidade segundo a qual o matrimônio dura enquanto houver amor. Mas de que amor se trata? Muitas vezes se desconhece o verdadeiro amor conjugal, reduzido a um nível sentimental ou a meras satisfações egoístas. Mas o amor conjugal é inseparável do próprio matrimônio, no qual o amor humano, frágil e limitado, encontra o amor divino, sempre fiel e misericordioso".
"Na economia cristã da salvação, o matrimônio é sobretudo o caminho principal para a santidade dos cônjuges, uma santidade vivida na vida cotidiana: este é um aspecto essencial do Evangelho da família".