Entrei na sala de espera do Zoom para ver as palavras para as quais havia preparado durante toda a minha vida: “Entrevista da Harvard Divinity School”. As Ave-Marias estavam se repetindo na minha cabeça enquanto eu estava sentada lá. Eu estava quase terminando o Rosário quando o entrevistador apareceu na tela. A última coisa que vi foi uma mensagem da minha mãe: "Você vai arrasar! Seja você mesma."
Passei a semana antes da entrevista preparando as respostas que eram tudo, menos eu. Eu estava prestes a me formar em uma universidade que é mais conhecida por suas festas, vida de fraternidade/irmandade e futebol do que qualquer outra coisa. Por alguma razão, Deus me empurrou para uma das melhores universidades do mundo, e eu escolhi confiar Nele. Preparei respostas extremamente intelectuais para as perguntas mais mundanas. Eu tinha certeza de que nada poderia me atrapalhar.
“Digamos que você entre em todas as melhores universidades: como será seu processo de tomada de decisão?” o entrevistador me perguntou.
Eu hesitei. Mas respondi: "Vou me pegar à oração".
“Vou orar sobre isso”, disse também, sem saber o que mais falar." Sim, vou apenas rezar para tomar a decisão".
Minhas bochechas escarlates revelaram minha vergonha. A entrevista terminou várias perguntas depois, e eu tinha certeza de que todas as minhas chances de entrar em Harvard tinham terminado com aquela minha resposta.
Ao reviver a entrevista várias vezes em oração, finalmente fiquei feliz por ter sido eu mesma, ou seja, verdadeiramente católica. Enquanto me preparava para a entrevista, eu estava tão focada em me tornar a garota que pensei que Harvard queria que eu fosse, que falhei em ser a garota que Deus me fez ser. Minha identidade está enraizada em ser filha do Rei - nenhuma quantidade de intelecto pode mudar isso.
Um mês depois, chegou o tão esperado e-mail com a decisão de Harvard. Eu já havia sido admitida em outras faculdades importantes depois de aceitar o fato de que meus sonhos de Harvard tinham acabado. Por isso, abri o e-mail com poucas expectativas. “Parabéns,” a tela dizia enquanto confetes eletrônicos explodiam! Eu não consegui nem ler o resto antes de surtar.
Eis que fiquei com o dilema discutido na entrevista: entrei em todas as melhores universidades e tinha uma grande decisão pela frente.
Agora, quando me perguntam por que escolhi Harvard, a resposta é simples: segui meu próprio conselho e orei a respeito. Isso é tudo que posso fazer: aceitar minha identidade como filha do Rei e pedir ajuda a meu Pai.