Escondida em um pequeno beco no centro das ruas movimentadas de Lisboa está a Igreja de São Luís dos Franceses. Se não fosse pela faixa da Jornada Mundial da Juventude no final do beco, talvez nem percebêssemos que ela está lá. No entanto, durante esta semana, essa igreja está hospedando as relíquias de Santa Teresa de Lisieux, que viajaram da França para serem veneradas por peregrinos vindos de todo o mundo.
"Estou realmente muito feliz, porque este evento permite que todas as culturas, todos os cristãos do mundo, vejam as relíquias de Santa Teresa", disse Théophane Chuchkoff, um jovem de 19 anos da diocese de Bayeux-Lisieux que fez parte do grupo que trouxe as relíquias para Lisboa e que agora está ajudando a paróquia a receber os peregrinos que vieram vê-las. "As Carmelitas de Lisieux, as boas irmãs, quiseram que trouxéssemos estas relíquias para Lisboa, para mostrar ao mundo inteiro."
Um lugar tranquilo em meio à agitação da JMJ
Assim que se entra na igreja, a atmosfera calma e solene é palpável. Os bancos estão cheios de pessoas ajoelhadas ou sentadas e rezando em silêncio. Muitos vão e se ajoelham no chão bem em frente às relíquias, alguns tocam a caixa de vidro que as envolve antes de sair.
Mulheres idosas portuguesas e pessoas que não são da JMJ também podem ser vistas entre a multidão. Muitos escrevem suas intenções e as deixam aos pés do altar. Esses pedaços de papel serão levados de volta para as Carmelitas em Lisieux, juntamente com um livro onde as pessoas podem escrever os nomes pelos quais as freiras vão rezar.
"Estar aqui nesta igreja francesa em Lisboa é como estar na França, em Lisieux, onde estão as principais relíquias da Santa", disse o padre argentino Mariano Varela, do Instituto do Verbo Encarnado, que está acompanhando um grupo de peregrinos dos EUA.
"Tenho certeza, como devoto de Santa Teresinha, que ela continuará, como prometido, a enviar do Céu pétalas de rosas como um sinal, como uma resposta, à oração de todos. Mais do que nunca durante esta JMJ com o Santo Padre", disse.
Um momento pessoal e íntimo de oração
Ao saírem da Igreja, os peregrinos foram recebidos pelos voluntários da paróquia que estavam servindo biscoitos e água com limão, para ajudar a enfrentar o calor que tem atingido Lisboa. Uma imagem de Santa Teresinha com a frase "Quero passar meu Céu fazendo o bem sobre a terra" foi pendurada do lado de fora da igreja e se moveu levemente com o vento quando os peregrinos saíram.
"Ela é uma santa que tem um certo valor em minha família, especialmente os pais, Louis e Zélie Martin. Lembro-me de ter uma foto deles na cozinha", explicou Alix Veron, uma jovem de 23 anos de Toulouse, com medalhas religiosas e cruzes penduradas no pescoço, que estava vendo as relíquias pela primeira vez. "Foi ótimo poder rezar a ela e confiar minha família."
"O que vivenciei lá dentro foi muito pessoal para mim, era algo pelo qual eu estava rezando hoje na missa e até mesmo ontem durante a adoração", disse Averell, uma peregrina indiana de 24 anos que veio de Dubai, enquanto saía da paróquia. "Era exatamente o que eu precisava".
