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Católicos, é preciso pensar ordenadamente (Parte 2)

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Pe. Françoá Costa - publicado em 23/11/23
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"Os católicos devem aprender a pensar melhor", afirma o pe. Françoá Costa em artigo compartilhado com Aleteia

O pe. Françoá Costa, da paróquia Senhor Bom Jesus, em Brasília, compartilhou com Aleteia o seguinte artigo sobre a necessidade de constante formação e aprimoramento intelectual dos católicos, para discernirem com clareza e objetividade diante dos desafios impostos por uma cultura marcadamente relativista. Para ler a primeira parte do texto, acesse aqui:

Eis a segunda parte do texto do sacerdote.

A religião da nova sociedade

A guerra entre Israel e Palestina, no fundo entre judeus e muçulmanos, também pode ser ocasião para ajustar o nosso pensamento à coerência. Sabe-se que os judeus são os filhos da aliança com Deus, até hoje. Todos os católicos seriam apenas uma continuação do judaísmo se os judeus da época de Jesus Cristo tivessem aceitado o seu messianismo. O judaísmo nada mais é do que uma preparação para o catolicismo. Demonstram-no tanto a liturgia da Palavra das Sinagogas quanto o sacrifício do Templo, que, de fato, ofereceu a estrutura para liturgia da palavra (missa dos catecúmenos) e para a liturgia eucarística (missa dos fiéis) da oração cristã por excelência: a Missa.

Judeus, em geral, não são proselitistas. Podem ser maus, como outros povos, proselitistas não. Historicamente, é mais fácil afirmar que os católicos massacram os judeus do que ao contrário. Se bem a história também mostra que os católicos também ajudaram muito os judeus. No fundo, a relação entre católicos e judeus é uma relação tensa entre dois primos. No entanto, nos une o sangue de Abraão, de Moisés e dos demais profetas e, porque não dizer, o sangue do próprio Jesus Cristo, que é judeu. Não parece mais lógico que numa guerra na qual eu não estou envolvido, eu fique do lado daqueles que são mais da minha família espiritual, mais próximos à verdade bíblica e racional, por coerência lógica?

Contudo, a questão aqui não é que torcer por Israel em detrimento da Palestrina, mas ensinar o católico a pensar a partir de mais esse acontecimento, percebendo as consequências de um pensamento coerente.

O islamismo nasceu praticamente perseguindo o cristianismo, conquistando terras pela espada, expulsando cristãos de seus territórios, dominando ora a Espanha católica ora a França igualmente católica. Naquele então foi mais difícil para eles, porque os cristãos eram aguerridos e conseguiram, com certa frequência, expulsar os muçulmanos de seus territórios. Desta forma, impediram, senão em todas as partes, pelo menos na Europa, a islamização de tudo. A África que não resistiu, porque não tinha condições, inclusive nos nossos dias, é islâmica em grande parte. Vocês querem a islamização da Europa e da América?

De fato, há povoados inteiros na França que já são muçulmanos, inclusive algum governante islâmico. Certamente também é importante, para o muçulmano que ainda não tem a Europa em suas mãos, dar aquele ar de tolerante para com os cristãos até dominá-los cada vez mais. De fato, o mundo já não é tão aguerrido como era no século VII. Porém, nas últimas décadas, tenho visto islâmicos derrubarem as torres gêmeas, explodir bares na França, espalhar o terror entre os católicos africanos. Isso temos visto. São, praticamente, quatorze séculos de lutas entre o Islão e o Ocidente.

Alguns me dirão que é preciso ter cuidado porque judeu não é santinho. De acordo. Eles também me dirão que o sionismo é um grupo de pessoas poderosas que, além de dominar o mundo, impõem inúmeras ideologias. Creio que nas páginas anteriores, já provamos que as ideologias e a revolução cultural não é precisamente judia, mas obedece a outra matriz. Essas ideologias tampouco dependem do ideal judeu, mas da corrupção das mentes de alguns judeus e… católicos e… protestantes. Isto é, pessoas maldosas existem em todos os lugares. Mas há lugares que chamam, objetivamente, a uma perfeição maior. Não creio que o judaísmo leitor da Tanak (Antigo Testamento) tenha como ideal a aprovação de leis homoafetivas, por mais que Israel deixe as passeatas gays acontecerem. Pelo contrário, o Antigo Testamento condena taxativamente a homossexualidade.

O fato é que mentes corrompidas em todos os setores estão impondo os valores do “super-homem”, que já não quer nada com Deus. A Igreja Católica é lugar de santidade e, no entanto, o primeiro traidor de Jesus Cristo foi um dos seus discípulos mais próximos, Judas. Definitivamente, prefiro um lugar onde a Escritura Sagrada estrutura o pensamento do que o peso da Jihad sobre as nossas cabeças. Prefiro o primo com o qual de vez em quando eu brigo, do que o estrangeiro que vem para massacrar a mim e aos meus valores.

Não sei quem vencerá, se Israel ou Palestina, sei, contudo, que tudo isso me ajuda a pensar. Se a Igreja tiver católicos que pensem corretamente, coerentemente, ela vai ganhar as batalhas dos tempos atuais. Antes de eu ser ordenado diácono, um professor que eu admiro muito, Lucas Francisco Mateo-Seco, disse-me, diante do meu temor de não ser fiel a Deus no ministério sacerdotal: “você vai ser fiel porque você é inteligente”. Dá a impressão de que ele estava sendo um pouco naturalista com essas palavras, mas não, na verdade ele estava enunciando a base humana para receber a graça de Deus. Uma pessoa inteligente, entende a importância da oração e dos sacramentos, da graça e da petição, conhece-se a si mesma, e, desta forma, vai vivendo o seu cotidiano em pequenas fidelidades até chegar à fidelidade de uma vida inteira.

Preciso que você pense tendo em conta todas as consequências, pois, se um dia, o Brasil for islâmico, não adianta chorar o leite derramado, pois você, “inocentemente”, foi a favor da palestina islâmica contra o Israel judeu. Naquele dia eu também poderei dizer: “afaste-se de mim, pensador da iniquidade, vá sofrer as consequências dos seus pensamentos e das suas opções”. Com estas palavras eu apenas estou a parafrasear Jesus Cristo em Mateus, capítulo 25, quando do juízo final: “Afastai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos”.

Eu necessito que cada católico, aprenda a pensar coerentemente inclusive nessas coisas humanas, pois somente com esses católicos eu poderei ganhar o Brasil para Cristo e, como passar do tempo, fazer acontecer o estado confessional católico, no qual inclusive os muçulmanos e os judeus poderão viver em paz entre nós. Incomoda-me muito essa falta de coerência nas minhas ovelhas, esta falta de unidade de vida que as leva a ficarem quebradiças e espatifadas por aí.

É preciso exorcizar

Assim como os primeiros cristãos fizeram cair aquela bagunça dos seus dias, assim também os católicos coerentes farão com que Cristo reine de novo nesta sociedade. Nós estamos, de fato, numa situação de guerra espiritual na qual não podemos dialogar com o mundo maldoso, ao contrário, temos que resistir aos seus erros. Num estado confessional, era até possível viver Halloween de doces ou travessuras, mas neste mundo secularizado, precisamos, em primeiro lugar, denunciar a maldade de Halloween enquanto festa de Satanás. De fato, os exorcistas têm nos lembrado isso frequentemente, porque eles sabem que essas coisas, “inocentemente diabólicas”, contaminam as pessoas.

Enfrentando o mundo com a nossa fé, num futuro tomaremos esse “panteão” e transformá-lo-emos na “igreja de todos os santos”. Contudo isso não é para ser feito agora. Em nome da coerência cristã, primeiro temos que enfrentar o mal, como os primeiros cristãos não se dobraram ao paganismo da época.

De fato, depois do Concílio Vaticano II, muitos católicos entenderam que devem dialogar com tudo, inclusive com o diabo. Querem evangelizar as festas pagãs quando eles mesmos não são evangelizados e quando estas festas estão demasiadamente contaminadas. Primeiro é preciso perguntar qual é o nome do diabo e, em seguida, exorcizá-lo. Depois se fará algo de edificante com a pessoa endemoninhada. O processo que nos levou a elevar as culturas passou, primeiramente, por um exorcismo. Os cidadãos romanos quando se convertiam, eles mesmos passavam por escrutínios, exorcismos, no contexto das celebrações litúrgicas.

Já pensou que talvez que talvez a mente de alguns católicos estejam por demasiado paganizada, dominada, possessa, e, que, portanto, são necessários novos exorcismos.

Cada um de nós sabe o quanto é difícil ordenar os pensamentos, a vida, a conduta. Passamos a vida inteira procurando dormir na hora certa, acordar na hora certa, vencendo a preguiça ou a luxúria e… nem sempre conseguimos. A nossa vida aparece diante de nós como realidade bem desordenada, e isso com certa frequência. Como pretendemos ordenar as coisas externas se nós mesmos estamos desordenados. Não será por causa desta desordem interior que acabamos votando em partidos de esquerda, defendendo o secularismo do estado, o comunismo russo e a islamização do ocidente?

Com o passar do tempo, a nossa vida católica deve transparecer, refletir, manifestar a beleza da ordem divina. Para isso, a primeira coisa que precisa ser ordenada é a nossa mente. De fato, a palavra conversão vem da palavra grega “metanoia”, que significa “mudança de mentalidade”. A Escritura também diz: “Mudai a vossa mentalidade” (Rm 12,2). Como?

Primeiramente, há que fazer uma boa confissão dos pecados, depois fazer um propósito firme de fazer em cada momento o que se deve estando naquilo que se faz (São Josemaria Escrivá), sempre pedindo a Deus que nos mantenha nos bons propósitos.

Uma mente ordenada, uma vida ordenada, repercute na maneira de se expressar, inclusive fisicamente. Uma sociedade governada pelas ideias de Cristo é necessariamente ordenada, caridosa, cheia de alegria. É isso que nós queremos conseguir pela misericórdia de Deus.

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