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A volta do Estado Islâmico? Grupo detona bomba durante Missa nas Filipinas

Perseguição aos cristãos é intensificada por ditaduras comunistas e radicalismo islâmico
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Francisco Vêneto - publicado em 04/12/23
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Explosão na maior cidade muçulmana do país assassinou 4 católicos e feriu mais de 50. Mas o Estado Islâmico não tinha sido derrotado?

Pelo menos quatro pessoas foram assassinadas e mais de cinquenta ficaram feridas após um atentado a bomba perpetrado neste domingo, 3 de dezembro, durante a Santa Missa católica celebrada no ginásio da Universidade Estatal de Mindanau, em Marawi, no sul das Filipinas. Trata-se da maior cidade muçulmana do país, que, no entanto, é predominantemente católico.

Marawi já havia sido manchete internacional em 2017 devido a um confronto que deixou mais de 1.200 mortos: na ocasião, grupos extremistas alinhados ao famigerado Estado Islâmico sitiaram e tomaram o controle de parte da cidade durante cinco meses.

Desta vez, foi novamente o Estado Islâmico quem assumiu a autoria do atentado a bomba.

O presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., declarou por meio da rede social X:

"Condeno com a maior veemência possível os atos insensatos e sumamente atrozes perpetrados por terroristas estrangeiros na Universidade de Mindanau, em Marawi, neste domingo de manhã. Os extremistas que exercem violência contra os inocentes serão sempre considerados inimigos da nossa sociedade. Apresento as minhas mais sinceras condolências às vítimas".

As forças armadas filipinas investigam o atentado como retaliação à operação militar realizada na véspera contra as organizações islâmicas Dawlah Islamiyah-Filipinas, Abu Sayyaf e Maute.

Mas o Estado Islâmico não tinha sido derrotado?

Derrotado sim, mas não extinto.

O grupo terrorista criado no Oriente Médio e considerado um dos mais sanguinários e covardes de todos os tempos deixou o planeta atônito ao se aproveitar das instabilidades que se seguiram aos levantes populares da fracassada “Primavera Árabe”, a partir do final de 2010, para conquistar territórios e implantar um regime de terror principalmente nas regiões mais debilitadas pela fragmentação do poder entre facções em combate, como o Iraque, a Síria e, pouco depois, a Líbia. Além disso, aliou-se ao selvagem bando de fanáticos terroristas islâmicos Boko Haram, da Nigéria, um dos mais cruéis e ativos da atualidade. O Estado Islâmico sofreu uma derrota contundente no Oriente Médio e perdeu a quase totalidade dos territórios que havia conquistado e devastado, mas mantém células ativas e laços com vários outros bandos doentios em diversas regiões do mundo, sobretudo na Ásia e na África.

No caso da África, além da ligação com o Boko Haram, o Estado Islâmico atua diretamente no norte de Moçambique, na região do Cabo Delgado, rica em reservas de gás natural liquefeito. A jazida é uma mais importantes do continente e atrai grandes investimentos para a sua extração. Invadida pelos jihadistas e por bandeiras pretas, principalmente desde 2017, a província convive até hoje com o medo de ataques repentinos e brutais, com grande parte da população tendo sido forçada a fugir sem levar praticamente nada. Até meados de 2022, os assassinos já tinham matado nessa região mais de 3 mil pessoas, inclusive decapitando crianças, e expulsado pelo menos 800 mil, deslocando-as de seus vilarejos. Os dados atuais são pouco confiáveis. Missionários chegaram a denunciar que o governo moçambicano impede a divulgação dos casos.

No tocante à Ásia, células do Estado Islâmico permanecem ativas no Oriente Médio, mas as Filipinas também estão entre os territórios infectados pela sua presença mortífera. O sul do arquipélago vive há anos um cenário de separatismo islâmico, terreno fértil para a proliferação de grupos radicais que se aliam entre si conforme as conveniências.

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