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Belém significa “A Casa do Pão”: para quem crê na Eucaristia, isso diz tudo

Menino beija o local onde Jesus teria nascido, na Igreja da Natividade em Belém

Menino beija o local onde Jesus teria nascido, na Igreja da Natividade em Belém

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Reportagem local - publicado em 26/12/23
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"Mas tu, Belém-Éfrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que me há-de sair aquele que governará em Israel"

A Sagrada Escritura alude pela primeira vez a Belém no livro do Gênesis, quando relata a morte e sepultura de Raquel, segunda esposa do patriarca Jacó: Raquel morreu e foi sepultada no caminho de Éfrata, ou seja, de Belém. Éfrata, que significa “a fértil“, é outro nome da mesma cidade.

Quando as terras do povo eleito foram distribuídas entre as tribos, Belém foi atribuída a Judá e, assim, tornou-se berço de Davi, o pequeno pastor, filho caçula de uma família numerosa, eleito por Deus para ser o segundo rei de Israel. A partir de então, Belém ficou unida à dinastia davídica.

O profeta Miqueias anunciou que ali, nessa pequena localidade, havia de nascer o Messias:

“Mas tu, Belém-Éfrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que me há-de sair aquele que governará em Israel“.

No princípio do século I, Belém era uma aldeia que não contava com mais de mil habitantes. Era formada por um pequeno conjunto de casas disseminadas pela encosta de uma colina. Os habitantes viviam da agricultura e da criação de gado. Havia bons campos de trigo e de cevada na extensa planície ao sopé da colina: talvez se deva a essas culturas o nome do lugar: Bet-Léhem, que, em hebraico, significa “a casa do pão”.

É muito significativo meditar sobre a relação entre Belém, a “casa do pão“, e a Eucaristia, o Pão da Vida…

Os primeiros seguidores de Jesus eram plenamente conscientes da importância que Belém tinha adquirido. Em meados do século II, São Justino Mártir, que era natural da Palestina, fazia eco das recordações que os habitantes da aldeia transmitiam de pais para filhos sobre a gruta em que Jesus tinha nascido.

A gruta do Natal de Jesus

A atual Basílica da Natividade está construída sobre a gruta considerada tradicionalmente o local em que Jesus nasceu.

Conta-se que Adriano, um dos chamados “cinco bons imperadores” de Roma, construiu, no ano 135, um local de culto a Adônis sobre um local já existente de culto cristão. Vários textos, que vão desde o século I até o século V, falam de uma floresta dedicada à divindade greco-romana que teria sido plantada ao redor da gruta da Natividade de Jesus com a intenção de “limpar sua memória”.

Alguns historiadores dizem que, pelo contrário, o culto a Jesus é que foi instalado no local anteriormente dedicado a Adônis, ou ao deus-pastor Tammuz. Esta discussão, como tantas outras a respeito da história antiga, é difícil de resolver.

Como quer que seja, o que temos em qualquer dos casos são testemunhos de escritores dos primeiros séculos do cristianismo que falam da gruta da Natividade como um local de culto.

Em seus “Diálogos com Trifão“, São Justino Mártir (100-165) já comentava que a Sagrada Família tinha se refugiado em uma caverna fora da aldeia:

“José tomou por abrigo uma determinada gruta perto da aldeia [Belém] e, enquanto lá estavam, Maria deu à luz o Cristo e o colocou numa manjedoura. E ali chegaram os Magos vindos da Arábia e o encontraram”.

Além disso, o filósofo grego Orígenes de Alexandria (185-254) escreveu, em seu “Contra Celso“, algo parecido:

“Em Belém fica a gruta onde ele nasceu e, na gruta, a manjedoura em que ele foi envolto em panos. E dizem nesses lugares, e entre os estrangeiros da fé, que Cristo de fato nasceu numa gruta que é venerada pelos cristãos”.

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