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Paternidade positiva: como estabelecer regras familiares com os filhos?

PAI E MÃE CONVERSANDO COM FILHA
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Edifa - publicado em 21/10/20
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Os relacionamentos entre pais e filhos são marcados por laços de autoridade. Porém, é possível estabelecer regras de vida e obter resultados, evitando confrontosNós, pais, não estamos sozinhos. A relação de autoridade que estabelecemos com nossos filhos é, antes de tudo, uma relação bilateral que deve levar em conta suas habilidades. Isso é o que a “paternidade positiva” propõe. São João Paulo II também lembrava isso na sua Carta às famílias: aceitar os nossos filhos exatamente como eles são, afinal não é percebermos o presente, o dom, que Deus nos dá? “[Os pais] devem ‘honrar’ seus próprios filhos, jovens ou velhos, e essa atitude é essencial em todo o processo educacional”. Viver este convite às vezes é muito difícil, fechados como estamos em nossas próprias ambições.

Paternidade positiva: saia do paradigma dominante-dominado

“Simon é insuportável. Na mesma idade que ele, sua irmã era muito mais fácil. Todas as noites ele dá birra na hora de ir ao banheiro, é cansativo”, confessa Raphaëlle, sua mãe. Como todos os pais, Raphaëlle faz uma comparação entre os seus filhos o qual a impede de entender um deles. Em qualquer idade, temos que vivenciar a singularidade de cada um de nossos filhos e rever nossa “programação parental” para entendê-los, ou seja, para aceitá-los melhor. Num livro que ao mesmo tempo é prático e sensível, Jan Faull, um conselheiro de pedagogia parental na cidade de Seattle, Estados Unidos, realiza a façanha de tranquilizar os pais sobre sua capacidade de estabelecer regras de vida e fazer cumprir uma autoridade justa, ao mesmo tempo que lhes propõe conselhos práticos aplicáveis ​​à todos.

Anteriormente, nos faz abandonar o paradigma dominante-dominado no qual uma falsa concepção de autoridade nos confunde. Como a crise de autoridade já permeia a família há mais de quarenta anos, hoje em dia existe uma grande tentação de endurecimento na relação educacional. “Os pais perceberam que era necessário dialogar com a contribuição da psicologia infantil, mas temem ser surpreendidos pelos acontecimentos”, afirma Chantal Lecœur, diretora de uma escola. “De repente, passam do diálogo abusivo, que parece uma justificativa, para atitudes firmes e definitivas que as crianças não entendem mais”. Na verdade, essa hesitação marca os dois obstáculos do momento: o laxismo e o autoritarismo.

Paternidade positiva: dosagem certa entre compreensão e exigência

Para sair da alternância entre “Faça isso, faça aquilo” e a negociação permanente, é primeiro aconselhável ter confiança: suspender uma demanda porque a criança não está emocionalmente ou intelectualmente pronta para atendê-la não é um sinal de fraqueza, mas uma demonstração de força. Força e grandeza de quem lhe deu a vida e conhece o filho como pessoa.

Página após página, os pais recuperam o fôlego e veem novos caminhos se abrirem para os conflitos do dia a dia. Assim, o pequeno Rémit conversa cara a cara com os seus pais e, após três semanas de acompanhamento, acaba arrumando bem o quarto. Dosagem acertada entre castigo e palavra, entre compreensão e exigência, um método que implica tempo e disponibilidade. Tempo para entender, tempo para falar e tempo para enfrentar um castigo. E aí estão talvez as verdadeiras lacunas em nossa vida familiar: a falta de tempo. Nesse sentido, paternidade positiva exige tempo de amar um ao outro, tempo de ouvir um ao outro, tempo de educar. Enfim, vamos sair dessa exaustiva evitação para encarar e abraçar a vida de nossos filhos como ela nos é dada.

 


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Anne Gavini

 

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