Início de ano no mundo corporativo costuma ser agitado. Mistura a euforia do recomeço com a tensão gerada pela avaliação dos feitos do ano anterior e pela projeção das metas e indicadores do novo ano. Por isso mesmo, é momento propício para a reflexão sobre o jeito de exercer a liderança.
Muito se falou sobre as repercussões pandêmicas da Covid-19 para o mundo do trabalho. Hoje as pessoas estão buscando maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ambientes com maior flexibilidade na jornada, possibilidade de trabalhar remotamente etc. Fala-se também sobre a chamada “demissão silenciosa” que tem levado cada vez mais colaboradores insatisfeitos, porém, impossibilitados de pedirem a conta, a uma baixa produtividade, a tal ponto de tornar a permanência na empresa insustentável.
A busca por uma vida mais equilibrada e mesmo o diálogo sobre as novas expectativas não devem assustar empregadores e líderes. Pesquisa da Universidade da Califórnia revelou que funcionários felizes são 31% mais produtivos e três vezes mais criativos. No entanto, é inegável que comportamentos como as demissões silenciosas, altos índices de afastamento por conta de diagnósticos ligados à saúde mental, acendem o sinal de alerta para todo o mundo corporativo. É nesse cenário que o papel do líder se torna mais decisivo para a retenção de bons profissionais, bem como para a motivação e engajamento dos times.
Foco, desafios e resultados
Liderar é um serviço. Liderança servidora tem foco no negócio, seus desafios e resultados, e pratica seriamente o reconhecimento das pessoas no processo. Quando isso ocorre, as pessoas – seus anseios e receios – recebem a devida atenção, favorecendo a motivação e a segurança necessárias para discernirem o que de melhor deve ser feito e como. Neste sentido, liderança servidora caracteriza-se, essencialmente, pela presença atenta e diligente. Significa disposição para notar, interesse verdadeiro para escutar e energia para encontrar soluções satisfatórias para a organização e seus colaboradores. Quando os colaboradores atestam o ato de liderar como serviço, a energia positiva do ambiente se eleva, as pessoas tendem a se sentirem mais realizadas no que fazem e, obviamente, produzem melhor. Acreditamos que liderança servidora gera vida. Sendo assim, o trabalho se apresenta como valiosa contribuição a que a vida seja mais confortável e agradável para todos.
Os tempos mudam, dizemos. E estão mudando com rapidez cada vez maior. São os sinais dos tempos e devemos observá-los. Dizer ou escrever isso não basta. Proferir palestras, realizar seminários também não garante. É necessário que os líderes ajam em conformidade com aquilo que professam. A vida pede coerência. Liderança servidora reclama integridade. Certamente não é o jeito mais fácil de liderar. O que importa é que estamos aprendendo a servir à organização e às pessoas que constroem seu sucesso.